sábado, 16 de abril de 2011

RICARDO REIS - A FLOR QUE ÉS, NÃO A QUE DÁS, EU QUERO

A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço?
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta sphynge, tu perenne
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.

Publicado na revista Athena, nº 1, 1924

Sem comentários: