domingo, 30 de janeiro de 2011

JANELAS DO MUNDO

TEMPO

O tempo constrói ao redor da janela
artimanhas como armadilhas 
que apanham a inexorabilidade
do seu passar em dias. Inteiro, ele vai
passando e não espreita o dentro das casas
nem sequer pressente que os seus passos
são sentidos a cada minuto a cada segundo
numa sensação luminosa lúcida e certa
de quem o recebe sem ressentimento mesmo sabendo
que ele produz essa teia de aranha
mesmo comprovando essa passagem discreta
 imparável a que muitos já não podem assistir.


in Surto de escrita

3 comentários:

Caridee disse...

já pedi imensas vezes que o tempo voltasse atrás. queria somente viver aquilo a que tenho direito. mas não posso. ele não parou. passou tão rápido que no seu rasto se vêm estilhaços de momentos menos felizes. corre tão apressado que não deixa olhar o mundo e ficar assim alguns momentos, não permite uma pausa, não permite nada.
quando olha para trás, o tempo vê as vidas que obrigou a separar, vê as mãos a largarem-se num sentimento arrefecido e chora. sim, porque o tempo também chora.

Anónimo disse...

Que lindo dizer, Caridee: "O tempo também chora". Bjinhos

patrícia

Anabela disse...

amiguinha linda, minha doçura...
o teu poema do tempo é:

...MAGNÍFICO...minha amiguinha do coraçao... como só tu poderias ter feito...o tempo como armadilha...adorei...e ja agora a tua frase:
"o tempo também chora"
daria tanto que pensar ....