sábado, 9 de outubro de 2010

JANELAS DO MUNDO


Gostava que esta fotografia tivesse o título: "Janela verde e branca com mulher no canto" ou talvez "A mulher que sonhava ser janela"... É que, por vezes, o espaço de refexão que proporciona o quarto de onde espreitamos da janela não se faz suficientemente propício para nos evadirmos profundamente e nos concretizarmos, nós mesmos, nessa caixilharia pesada e puída, nesse objecto geométrico e colorido de onde se estende o olhar para o outro.
Querer não-ser.  Desejo a partir do qual começa um grande sonho do nós que se lembra dos sonhos dos outros a passar defronte da casa como um comboio. 
Querer não-ser, nem que para isso seja condição o desencontro eterno com o nosso ser, apenas fechando os olhos,  apenas pressentindo uma alma diferente, uma janela verde e branca com muito tempo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Após longas horas a estudar matemática, chegar aqui e poder ler este texto, tão belo, faz-me recuperar a vontade para mais umas horinhas de estudo:)
Adorei
bjinho,
Caridee