domingo, 3 de outubro de 2010

DENTRO DE MIM FAZ SUL - ONDJAKI



à noite
chegam ecos de paz


a garganta adormecida
a língua quieta


um sono encantador solidifica
as veias


as flores dão cheiro
ao corpo


a guardiã da noite está sentada
e sorridente
sinto o eco de mãos batendo
em satisfação,
as mãos e o tempo
anunciando
a entrada no templo.


à noite
um sangue coagulador invade
as veias


as flores morrem
sobre o corpo


a garganta arrefecida
a língua quieta.


à noite
chegam ecos de passos
que não pisámos


o outro lado dos olhos


uma nova pele.

1 comentário:

Anabela disse...

amiguinha
todas as palavrinhas ditas por ondjaki parecem magia para os nossos sentidos....
a poesia dele é de uma simplicidade tão grande mas de uma beleza e intensidade raras...
obrigada por este poema que também sou eu....
ès magnífica minha amiga