sábado, 6 de março de 2010

Ricardo Menéndez Salmón

(n. 1971; gijón) é licenciado em Filosofia e desde 2005 que mantém a coluna La Clepsidra, no jornal El Comercio. Escreve na revista Tiempo e no suplemento El Viajero, do diário El País. Entre Abril de 2007 e Dezsembro de 2008 exerceu crítica literária no suplemento cultural do ABC, o que faz actualmente na revista El Mercurio. Estreou-se na literatura com "Los desposeídos", Premio Asturias Joven de Narrativa, Oviedo, 1997. Era já autor de uma obra diversificada quando, em 2007, com a publicação de "A Ofensa", se transformou numa das referências da nova literatura espanhola.

No ano seguinte publicou "Derrumbe", que a Porto Editora traduziu para português´- "Derrocada" (e esteve à venda na Casa da Juventude na Póvoa de Varzim, nas Correntes d'Escrita).
Já em 2009, veio a lume o seu mais recente romance, El Corrector.

Este foi o escritor que mais me impressionou ouvir falar, no lançamento do seu livro "Derrocada". Lembrou o público do que nos disse Kafka a propósito do que deve ser um romance (as margens do livro devem coincidir com as margens do mundo) e explicou um pouco o seu interesse literário pela investigação sobre o mal. Tem um livro de ensaios que fiquei com vontade de ler, com o título " Travesías del Mal: Conrad, Celine e Bolaño", que é precisamente uma tentativa de explicar a razão dessa sua obsessão  por este tema. Revelou que para isso estabeleu um diálogo essencialmente com três livros desses autores: "O Coração nas Trevas" ; "Viagem ao Fim da Noite" e "2666".
Falou muito sobre os medos contemporâneos, desde os mais inexplicáveis, metafísicos até aos mais óbvios, lembrando que para si o atentado terrorista ocorrido no seu país criou um clima moral de medo que se expandiu também na área da escrita literária. Enfim,... ficaria muito mais tempo a ouvi-lo falar dos seus livros e da literatura espanhola, se pudesse ...

A propósito das obras que foram matéria do seu ensaio disse:
" Creio que cada uma destas obras  encarna um tipo distinto de maldade, em épocas diferentes: o Mal como indiferença em Conrad; o Mal como natureza em Céline e o Mal como disciplina em Bolaño."

Um facto óbvio que na boca dele vale a pena ouvir:
 " Todos nós somos memória, e a memória para o bem e para o mal, é a única coisa que não nos podem roubar."


Um cheirinho da crítica de nuestros hermanos

Los miedos contemporáneos, desde los más inmediatos a los más metafísicos, se esconden y perciben en las imágenes, fogonazos y potentes elipsis que ha trazado el asturiano Ricardo Menéndez Salmón en su nueva novela, "Derrumbe".

1 comentário:

Anabela disse...

Doçura

Fiquei ansiosa por saber mais! Gostei de saber que os limites de um qualquer livro são os do próprio universo! Quando isso acontece está-se perante uma obra prima! E por isso, sem o conhecer gosto já dele: porque tu gostas e porque as palavras que o autor foi buscar a Kafka são simples mas geniais!
Obrigada pelo tanto que me dás!
Beijos embrulhados em saudade
Anabela