terça-feira, 6 de outubro de 2009

Rios de riso - Maria Filomena Teixeira







Finalmente consigo publicar um poema de alguém muito especial, Maria Filomena, uma sábia bela e de alma excêntrica que um dia tive a felicidade de conhecer, trabalhar e "amigar"... Um poema escrito pelas suas mãos em que se ouvem ecos de Herberto Helder.
Aqui fica para sempre:

Klimt, Water Serpents


Lavram-me imagens onde o apaixonamento dança ainda todo molhado.
Atravessam-nas rios de risos,
palavras de mãos dadas a correr pela tua pele,
a tua ausência a segregar a espuma do desejo,
os dedos da lua nos teus olhos,
tigres com as nossas paisagens nos aros do próprio corpo,
a chama dos encontros de nós por dentro.
Ergo-me e banho-me em alegria.
«E então exalta-se o mel algures quieto
Em frente de uma geometria obstinada de estrelas»

Maria Filomena

3 comentários:

Anónimo disse...

Minha amigas,

Antes de mais obrigado por terem aceite a sugestão dos The The, é uma banda que de facto nos lembra a juventude, mas se explorarem melhor tembém encontram musícas mais "adultas".

Com este post ficou no ar a presença sempre magnifica do grande Herberto Helder...este poema "Aos amigos" é sempre bom de reler, deixo-o em homenagem às minhas amigas dos blog...

Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado. Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos, com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente dentro do fogo.
-Temos ums talento doloroso e obscuro.
Construimos um lugar de silêncio.
De paixão.

Anabela disse...

Minha doce amiga:
Obrigada pelo lind´´issimo post!
Por um lado, a pintura t~~ao sensual e onirica de Klimbt abre todo um novo universo centrado na mulher, centrado em nos que temos o verdadeiro privilegio de o ser!
Por outro fiquei francamente surpreendida por ver um poema de uma grande amiga tua: ela que se junte a esta loucura, esperamos por ela! E disso que precisamos. Confesso que apesar de ter gostado do poema (soou-me bem, senti a enorme paixao imposta pelo ritmo, anotei cada gesto ousado), achei-o bastante complexo (sera que efectivamente entendi o poema?) ...
Como sabes, as minhas frageis e fracas competencias ao nivel deste tipo de poesia que direi tao erudita, deixam muito a desejar... Eu leio coisas simples, como sabes, nada entendo desta nova corrente moderna... Contudo, quero aprender, e para isso sei que tenho que ler o mais dificil, aprender e nao cruzar os braços na primeira dificuldade.
Gostava que a tua Filomena continuasse a escrever para nos...
Muitos beijos e obrigada por tanto presente
Anabela

Anabela disse...

Querido FL:
Obrigada pelo poema lindo do Herberto Helder.
Coloc´´a-lo-ei brevemente num post.
Obrigada e continue a brindar-nos com os seus coment´´arios.
Anabela